domingo, 13 de outubro de 2019

Introdução à antropologia por Ashley Montagu


Indicação bibliográfica
MONTAGU, Ashley. Apresentando a antropologia. In: Introdução à antropologia. Tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, 1969.

O homem e a cultura

            O ser humano tem necessidades básicas inatas para sua sobrevivência. As satisfações delas originam a cultura, na qual mostra como o homem adaptou-se ao mundo, servindo-se de interação mútua entre indivíduo e sociedade.
            Como salienta Ashley Montagu (1969, p. 131), a cultura precisa ser inventada, ser transmitida de uma geração a outra e precisa ser perpetuada de alguma forma. O inglês, às folhas 131, define cultura como sendo “o complexo de configurações mentais que, em forma de produtos do comportamento e produtos materiais, constitui o modo principal que tem o homem de adaptar-se ao meio total, controlando-o, mudando-o, e transmitindo e perpetuando os modos acumulados de fazê-lo.”
            Com a peculiaridade intrínseca da aprendizagem, deu-se ao homem a possibilidade da mudança evolutiva social baseada na parte adquirida através de costumes, instrumentos, lembranças e outras formas não genéticas. A herança social representa a cultura ao indivíduo.




A influência da cultura na Antropologia

            O vocábulo “Antropologia” é derivado de duas palavras de origem grega, “anthropos”, “homem”, e “logos”, “conhecimento ordenado”. Sendo assim, Antropologia é o conhecimento ordenado do homem. Essa ciência divide-se em Antropologia cultural e Antropologia física.
            Ashley Montagu assinala (1969, p. 14) que cultura é “tudo o que um determinado grupo de pessoas, que vivem juntas como uma população em funcionamento aprendeu a fazer como seres humanos, o seu modo de vida”. O antropólogo atém-se as diversas culturas e as separa para descobrir como foi que os seres humanos conseguiram fazer de tantas maneiras diversas. Ele vai atrás dos elementos comuns a todas as culturas, tentando descobrir as causas das diferenças. Antropólogos culturais podem se interessar por certos aspectos, como religião, língua, instituições legais, organizações sociais por exemplo.
            O antropólogo cultural quase sempre estuda os ditos povos primitivos ou povos pré-letrados que possuem menor desenvolvimento tecnológico, mas que podem ter língua, sistemas de parentesco e outras características tão desenvolvidas quanto os povos civilizados, ao menos. Há os antropólogos dito aplicados que estudam relações entre indivíduos em empresas, governo, hospitais.
            Um ramo de destaque é o da Arqueologia a qual lida com culturas de povos que não mais existem, em que através de recuperações por meio de escavações, há o exame de produtos culturais e de subsistência, os quais refletem o comportamento desses membros antepassados, permitindo a reconstrução de seu sistema social.

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