O
Futurismo dirigiu-se à Itália e rejeitava forças que se oporiam à modernização
dessa nação. Itália contra si mesma. A relação com o elemento máquina é
ressaltado, atendo-se desde as funções das engrenagens indo até questionamentos
sobre o novo mundo industrial que estava se instaurando. A máquina também é
capaz de interagir com os seres animais e humanos. Outrossim, ela potencializa
a capacidade humana.
Gostaria de ater-me ao tópico
de número 9 disposto no Manifesto: “Nós queremos glorificar a guerra – única
higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos
anarquistas, as belas ideias que matam e o menosprezo à mulher.” (TELES, 2009,
p. 115).
A estética futurista também
adentrou no mundo da moda, pois os artistas sabiam que ela podia ser usada para
estimular a percepção e o vitalismo deste novo cenário urbano; desta forma,
pensaram-na como uma interação entre movimento e roupa nos seus aspectos
mutáveis e dinâmicos, enfim, uma roupa criada para as ruas das grandes cidades
europeias. (BORTULUCCE, 2011, p. 22).
Temos
o Manifesto Futurista da Moda Feminina, de Vincenzo Fani, conhecido por Volt,
de 1920. O espaço da moda expressa criatividade e dinamismo. A moda futurista
deve ser prática, eficiente e funcional. Volt, em seu Manifesto, diz que a moda
também é arte. À mulher cabe valentia para fazer uso da roupa futurista, a fim
de mostrar a graciosidade das formas de seu corpo. A percepção militarista e
tecnológica aparece no escrito dele da seguinte forma: “Teremos assim a mulher
metralhadora, a mulher thanks-de-somme, a mulher
antena-rádio-telegráfica, a mulher aeronave, a mulher submarino, a mulher
lancha.” (Ibidem, p. 34, grifo do autor).
Ressalto que a vestimenta
possui a propriedade de mostrar-nos nossa individualidade aos outros,
fortificando nossa personalidade. O texto de Volt busca valorizar a figura
feminina ao contrário de Marinetti, que possui ojeriza para com ela.
Referências
BORTULUCCE,
Vanessa Beatriz. O Manifesto Futurista da Moda Feminina. Iara
– Revista de Moda, Cultura e Arte. São Paulo, v. 4., n. 2,
dez. 2011. Disponível: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistaiara/wp-content/uploads/2015/01/03_IARA_vol4_n2_Dossie.pdf.
Acesso em: 25 jun. 2019.
TELES,
Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 19.
ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
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