domingo, 23 de junho de 2019

ESF, a estratégia


Andrade, Barreto e Bezerra (2006, p. 804, grifo do autor) assinalam que a Estratégia Saúde da Família (ESF) é
um modelo de atenção primária, operacionalizado mediante estratégias∕ações preventivas, promocionais, de recuperação, reabilitação e cuidados paliativos das equipes de saúde da família, comprometidas com a integralidade da assistência à saúde, focado na unidade familiar e consistente com o contexto socioeconômico, cultural e epidemiológico da comunidade em que está inserido.
Os autores ainda afirmam que cada equipe atende cerca de 800 famílias (3500 pessoas, aproximadamente). Em 1994, surgiu a ESF que, após 11 anos, chegaram a ter mais de 24.000 equipes, atendendo noventa por cento do território nacional.
O Ministério da Saúde, em seu sítio, diz que a ESF tem como objetivo “promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco”.
A equipe é formada por um médico generalista, um odontólogo, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, sendo eles responsáveis pela cobertura de aproximadamente oitocentas famílias.
De forma mui sintética, as atividades básicas duma equipe de ESF são:
·         Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns e situações de risco;
·         Executar os procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica;
·         Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas;
·         Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;
·         Incentivar a formação e participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho Municipal de Saúde.

À saúde, o território está voltado além do físico: relaciona-se ao trabalho. Territorialização é habitar um território. Para tal, mister é conhecer as condições culturais, epidemiológicas, socioeconômicas e demográficas das famílias que o habitam. Destarte, descobrem-se as necessidades da população adscrita, escrevem Lacerda et al (2013). A territorialização articula-se com o Planejamento Estratégico Situacional, proposto por Carlos Matus, constituindo como suporte para a Vigilância em Saúde, envolvendo gestão do sistema, alocação de recursos e articulação de bases de oferta de serviços.
O vínculo utiliza-se fundamentalmente da visita domiciliar (VD), possibilitando a equipe conhecer o contexto, a inserção das famílias na sua comunidade e suas condições de vida, assinalam Santos e Morais (2011, p. 493-4). Os agentes comunitários de saúde é que realizam a VD com maior frequência. O planejamento de ações tomadas na VD fica a cargo do enfermeiro. Na prática, as visitas são direcionadas a usuários portadores de doenças crônicas, como diabete mellitus e hipertensão arterial, ou seja, mais para ações curativas do que a ações de prevenção de doenças e promoção de saúde.
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde possui início na década de oitenta a fim de melhorar as condições de saúde de algumas áreas do Nordeste, em que uma nova categoria de trabalhadores era formada pela e para a comunidade. O Agente Comunitário de Saúde (ACS), por ser membro da comunidade e da equipe de saúde da ESF, permite a criação de vínculos de forma mais rápida e fácil. O ACS possui atribuições específicas como:
·         Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea;
·         Orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
·         Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas deverão ser programadas em conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade de modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês.

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